Catanduva é a 49ª do país com maior taxa média de suicídio entre adolescentes e jovens. A informação consta no estudo de Julio Jacobo Waiselfisz “Violência Letal contra as crianças e adolescentes do Brasil”.
A pesquisa, que leva em consideração 100 municípios brasileiros com mais de 10 mil crianças e adolescentes entre um e 19 anos, foi divulgado no ano passado, e tem como referência o período de 2009 a 2013. Na época Catanduva tinha uma população jovem de 29.193 habitantes. Com uma taxa média de 4,1 suicídios. Em 2009 foram duas ocorrências, em 2010 foram três e em 2011 nenhum caso, assim como em 2012. Em 2013, foi uma ocorrência.
Nenhuma outra cidade da região aparece no estudo.
No topo do ranking está Amambaí (MS) com uma população de 13.989 jovens, com uma taxa média de suicídios de 31,5. Na sequência está Tabatinga (AM), com população de 26.563, com taxa média de 27,1 suicídios. Em terceiro está São Gabriel da Cachoeira (AM) com população de 18.713, com taxa média de suicídio de 24,6.
Entre as cidades que pertencem ao Estado de São Paulo, Itápolis é a primeira que aparece na lista, ocupando a 12ª posição, com população jovem de 10.876 e uma taxa de suicídio de 7,4. Em seguida está São Joaquim da Barra, com população jovem de 13.473 e uma taxa média de suicídio que chega a 5,9. A cidade está em 21ª posição no ranking. Catanduva é a terceira do estado a aparecer no ranking.
Ubatuba é a quarta, com 26.515 jovens, com taxa média de 3,8 suicídios. A cidade é a 64ª do país. Mogi Mirim é a quinta, com 24.006 jovens, com taxa média de suicídio de 3,3. A cidade ocupa a 93ª posição.
“Um fato muito preocupante em relação aos suicídios, nas tabelas de desagregação por municípios, vem chamando nossa atenção em vários Mapas anteriores: os municípios que aparecem nos primeiros lugares nas listas de mortalidade suicida são locais de amplo assentamento de comunidades indígenas”, aponta Waiselfisz na pesquisa.
Os índices de suicídios de adolescentes estão aumentando em quase todas as idades, a partir dos nove anos. “É necessário considerar que a idade de 19 anos, aqui incluída por ser mencionada em diversos casos de agrupamento de idades quinquenais, está fora da faixa etária da categoria adolescente, pertence à categoria jovem”, explica.
As taxas de suicídio de 2013, a nível nacional, são superiores às de 2003. “Indicador de problemas ainda mal resolvidos com nossas crianças e adolescentes. Subtraindo os suicídios de jovens de 19 anos de idade, foram quase duas crianças e adolescentes por dia que consumaram suicídio, tanto em 2003 quanto em 2013.
Difícil apurar, pelos dados disponíveis de morbidade, quantas tentaram e não conseguiram”, ressalta o pesquisador.