🧠 Saúde mental e prevenção de suicídio não são coisas a serem pensadas individualmente. A realidade social e cultural de cada pessoa interfere, e muito, nessas questões.
📅 Em todos os dias do ano, mas ainda no clima do dia 22 de abril, é importante lembrar que não se “descobre” um país onde já há pessoas vivendo há tempos. No caso do Brasil, até hoje povos indígenas sofrem os negativos efeitos da ocupação europeia nas terras brasileiras, bem como o peso simbólico de terem suas experiências e formas de vida desvalorizadas através da perpetuação da ideia de “descobrimento” que enaltece toda a forma que a chegada dos europeus se deu.
1️⃣ – No levantamento realizado, encontrou-se que a maior parte dos óbitos foi de indígenas de 10 a 19 anos de idade, com maior proporção entre 15 e 19 anos. Isso demostra que o suicídio indígena ocorre, na maior parte das vezes, na passagem para a vida adulta.
2️⃣ – O suicídio em populações indígena não é um fenômeno generalizado, mas sim localizado em comunidades e etnias específicas. As maiores taxas de suicídio na população indígena ocorrem nas áreas de abrangência dos DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Araguaia, Mato Grosso do Sul e em DSEIs localizados na fronteira oeste do país, como Alto Rio Solimões, Vale do Javari, Yanomami e Médio Rio Solimões.
3️⃣ – Dentre alguns dos povos indígenas que possuem alta taxa de suicídio observa-se o total esgotamento de opções para recuo, ou seja, possibilidade de se locomover do sentido litoral para o sentido interior do país (o que essas comunidades já vem fazendo há séculos). Isso deixa essas comunidades sem nenhuma possibilidade de territórios para que possam viver enquanto povo com identidade própria.
📊 Os dados são de um documento produzido pelo Ministério da Saúde em 2019 chamado “estratégias de prevenção do suicídio em povos indígenas”.
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