As emoções e os comportamentos na bipolaridade são todos por excesso. Por exemplo, tristeza, falta de energia e de iniciativa, diminuição do prazer que se tinha em determinadas atividades, falhas de memória, dificuldades de concentração e cansaço físico. No extremo oposto, a excitabilidade, os gastos excessivos, a hipersexualidade e a realização de várias tarefas em simultâneo mas de forma desorganizada e não produtiva.
“A doença bipolar é uma perturbação psiquiátrica que se caracteriza por crises depressivas e por episódios de mania ou de hipomania (elevação do estado do humor)”, explica Maria João Heitor, diretora do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.
A duração dos episódios de depressão e de mania ou hipomania é variável – “Num ciclador rápido, pode demorar um dia ou umas horas entre cada crise. Há também casos de pessoas que estão meses deprimidas e que, sendo medicadas, melhoram e chegam à eutimia, ou seja, ao equilíbrio. No entanto, se o doente estiver numa fase de mania e não for tratado, pode estar meses a gastar rios de dinheiro e depois meses deprimido”, afirma a psiquiatra.
A bipolaridade está associada ao consumo de álcool e drogas. Nas fases depressivas graves, pode levar ao suicídio. “Noventa por cento dos suicídios que são cometidos estão relacionados com a depressão. É importante perceber que se trata de uma doença”, apela Maria João Heitor.