Na última Quinta feira uma adolescente de 17 anos, moradora em Dourados foi encontrada morta vítima de suicídio. O caso que está ainda em investigação na Delegacia foi repercutido somente através de redes sociais.
A garota foi encontrada nos fundos de casa pela manhã quando a prima notou que a mesma não havia ido para a escola, ao procurar pela jovem não obteve resposta e dirigiu-se aos fundos da casa e encontrou a prima morta abaixo da árvore onde cometeu enforcamento.
Em entrevista ao jornal O PROGRESSO, a tia da adolescente, Suziane Siqueira, afirma que foi uma triste surpresa para a família, pois a jovem era muito alegre e comunicativa. Ela declarou que uma semana antes do caso a menina apresentou diferenças no seu comportamento, irritadiça e impaciente, dias depois se mostrou calada e isolada. Para a família não há uma causa concreta que tenha motivado a jovem.
Segundo a tia, a sobrinha estava trocando mensagens com um rapaz morador em Campo Grande e aparentemente ela o informou sobre as suas ideações. O celular da jovem ainda está retido pela perícia e continua em investigação.
A garota deixou duas cartas escritas, que também estão retidas na perícia, mas segundo Suziane umas das cartas foi direcionada à uma criança, a qual a adolescente cuidava, dizendo que o amava e que seria um anjo que o guardaria, e a outra para a mãe.
“Para minha irmã ela estava pedindo perdão, pois sabia que o que estava fazendo era errado, porém não estava suportando mais uma dor. E ai fica um ponto de interrogação: que dor?” declarou Suziane.
A tia disse que chegou a ver comentários de publicação da jovem dizendo: “talvez o que me resta é a morte”, mas por ser comum o desabafo nas redes sociais a tia não teve uma atitude de questionar a adolescente.
“Ela não apresentava os sintomas de depressão que a gente conhece, isolamento, tristeza, ela era muito alegre, conversava com todo mundo” comentou.
Suziane declarou que a jovem também apresentou sinais de mutilação próximo aos pulsos, e que ao verificar o histórico de acessos no celular da garota, viram que ela já vinha pesquisando na internet sobre suicídio.
“Se perdemos um parente num acidente ou num homicídio sabemos quem é responsável, tem algum culpado, mas nesse caso parece que os culpados somos nós, porque ficamos com uma sensação de incapacidade, nos perguntando o porque não detectamos os sinais antes, onde estava o problema” encerrou Suziane.
O caso da adolescente foi um dos muitos outros que aconteceram em Dourados neste ano. No mês passado foi realizada a Campanha Setembro Amarelo de prevenção e combate ao suicídio, e apesar de Ter sido encerrado o movimento, a prevenção e o combate continuam.