O suicídio é uma manifestação humana, uma maneira de lidar com as vivências angustiantes, uma saída para livrar-se do colapso existencial.
Desde os primórdios da humanidade o suicídio sempre esteve presente, os primeiros casos foram relatados na bíblia, sendo o mais famoso deles o de Judas Iscariotes, que se enforca após ter traído Jesus (Mat 27).
Em nossa sociedade por razões culturais e religiosas por muito tempo o suicídio foi considerado profano, irracional e pecaminoso, tal percepção tende a compreender o suicídio como um evento negativo, do qual se busca constantemente um distanciamento. Essas concepções ainda permanecem até nos dias atuais no íntimo de muitos indivíduos, um bom exercício é refletir sobre qual seria seu comportamento diante de um caso de suicídio de amigos, familiares ou até mesmo desconhecidos.
Quando se perde a essência da palavra “moral”, a consciência das nossas próprias ações frente ao ato suicida nos permite modificar nossas atitudes.
Nos últimos anos o tema tem ganhado grande notoriedade devido aos relevantes índices. No ano de 2012 foram registrados 800 mil casos de suicídio no mundo conforme dados da OMS. Enfatizo que estamos falando de um suicídio a cada 40 segundos.
O Brasil ocupa o oitavo lugar, as taxas são mais elevadas na região Sul e Centro Oeste do país.
Entre 2002 e 2012, as faixas etárias que mais cresceram em números de suicídio no Brasil foram dos 10 aos 14 anos (40%) e dos 15 aos 19 anos (33,5%) conforme dados do ministério da saúde.
Enforcamento, arma de fogo e envenenamento são os meios mais utilizados em nossa sociedade. (Botega, 2015)
Em 90% dos casos de suicídio há uma morbidade psiquiátrica subjacente, sendo as principais: depressão e dependência química.
Sabe-se que tentativas prévias de suicídio culminam em outras tentativas subsequentes e de pior gravidade, outros fatores associados ao aumento de risco são: história familiar de suicídio, gênero masculino, jovens (idades de 15 a 30 anos) eventos adversos na infância e adolescência (maus tratos, abuso físico e mental, pais divorciados), doenças clínicas crônicas (HIV, câncer, doenças neurológicas) aspectos sociais (desempregados, sem filhos, solteiros, divorciados), traços de personalidade (agressividade, impulsividade, comportamentos de auto mutilação).
A prevenção do suicídio não é uma tarefa fácil, exige esforço tanto dos profissionais de saúde quanto dos familiares.
Conscientizar a população falando do assunto, evitar o acesso desses pacientes a materiais letais, orientar a busca de apoio emocional com profissionais da área ou através de iniciativas como Centro de Valorização da Vida são algumas medidas que devem ser tomadas.
Ao romper o silêncio você não estará sozinho em busca do equilíbrio emocional…