O suicídio avança silenciosamente no Brasil como uma das principais causas de mortes em todas as faixas etárias, principalmente entre os jovens. E é sobre ele que o projeto Ouvidos calados se debruça. A ideia é sensibilizar o público sobre a importância de dar voz aos seus sentimentos e conscientizar para o conhecimento dos sintomas que podem levar a esta atitude desesperada. Para isso, serão produzidos dois filmes de curta-metragem: um documentário e uma ficção. O projeto reúne reconhecidos profissionais do cinema, fotografia e jornalismo de Sorocaba e conta com o patrocínio da Lei de Incentivo à Cultura (Linc), edital 2016. No momento os produtores buscam depoentes.
Conforme a jornalista e produtora cultural Janaina Caldeira, podem participar familiares de vítimas, amigos e pessoas que já pensaram em cometer suicídio, que queiram falar e ajudar na conscientização sobre o tema. Os interessados devem entrar em contato com Janaina pelo e-mail [email protected] ou pela página Ouvidos calados, no facebook. “Nós ouviremos os depoentes e faremos a seleção daqueles que participarão do documentário. A intenção é buscar histórias verídicas com o intuito de ajudar a explorar o tema sempre com a finalidade da conscientização”, explica Janaina.
Os filmes abordarão o tema com uma linguagem poética, conteúdo e informação. A ficção, com direção de Ricardo Camargo, traz uma história de luto para ilustrar as emoções que o suicídio gera na família. O filme mostrará a dor de uma mãe momentos antes do enterro do filho que tirou a própria vida. O roteiro, também de Ricardo Camargo, é inspirado num conto do músico Rolando Boldrin.
Atrás das câmeras estão o editor e diretor de cinema e vídeo Mauro Baptistella; o diretor de cinema e fotografia Ricardo Camargo; o diretor de fotografia Chores Rodrigues; e o produtor de cinema e vídeo Lucas Zalla, proponente do projeto.
Ouvidos calados ainda conta com participação da cantora e compositora Paula Cavalciuk, responsável pela música original; dos músicos Ítalo Ribeiro Bernardo e Válter Silva, que farão a trilha sonora do documentário e da ficção, respectivamente; da atriz Merlin Kern Sarubo, como personagem principal do curta de ficção; da preparadora de elenco Tatiana Vilela Zalla; do ilustrador Marcel Bartholo; e da estudante de cinema Giulia Baptistella Pissini.
Para o documentário serão captados ainda depoimentos e entrevistas de profissionais, como o psicanalista Ricardo Dih Ribeiro e da psicóloga Mariangela Moron Marques, além de voluntários do Centro de Valorização à Vida (CVV).
Além dos filmes, o projeto resultará em rodas de conversa com jovens nos oito Territórios Jovens da cidade, com a participação de toda equipe, depoentes e entrevistados para falar dos perigos da individualização e o não compartilhamento de suas emoções.
A previsão de lançamento é a segunda quinzena de setembro, mês em que é realizada a campanha Setembro Amarelo, de conscientização sobre a prevenção do suicídio.