Parece empatia, tem cheiro de empatia … mas não é!
Uma das palavras mais utilizadas ultimamente, a empatia pode ser resumida na ideia da habilidade de sentir como as outras pessoas sentem.
O poder da empatia:
De acordo com Krznaric, no livro “O poder da empatia“, ela “é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação, compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensão para guiar as próprias ações” (p. 10).
Mas o autor destaca que certa compreensão da empatia também tem um risco: alguns usarão a sua visão de mundo para avaliar a experiência alheia, e fazem aquilo que gostariam que fosse feito caso estivessem no lugar do outro, supondo que suas necessidades seriam iguais às suas. Isso não é ser empático/empática.
Quando alguém diz: “Eu lidei com uma experiência tão difícil quanto essa e superei, tenho certeza que você também irá conseguir!”, é importante lembrar que cada dificuldade ou perda será sempre única, pois, cada pessoa tem sua história. Ao dizer “Eu sei como você se sente” estamos na verdade fazendo um julgamento e reduzindo um sofrimento individual.
Por exemplo:
Eu perdi meu pai há quatro anos e não pude me despedir dele. Todas as pessoas que perderam o pai lidaram com seu luto da mesma forma, tiveram o mesmo tempo de enlutamento e passaram pelo mesmo processo que eu? Posso me comparar com alguém que perdeu o pai por um um câncer, ou que perdeu um filho por suicídio, apenas porque passei por uma experiência de luto?
O mesmo tipo de experiência poderá ser vivenciada de milhares de formas diferentes, e não existe o certo ou o errado, mas o possível dentro de cada momento.
A empatia poderá ser demonstrada na escuta, no acolhimento, no não julgamento … em um abraço que nada diz, além de “Estou aqui”.
Texto de Luciana França Cescon