A co-fundadora do Instituto Vita Alere, a psicóloga Karen Scavacini participou do painel “Abordando como pais e adolescentes reagiram à 13 Reasons Why” na divulgação da pesquisa realizada pela Northwestern a respeito dos impactos da série em um evento da Netflix em Nova York.
Segundo o Jornal O Estado de São Paulo em: http://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,pesquisa-aponta-que-13-reasons-why-ajudou-nas-conversas-de-assuntos-delicados-entre-pais-e-filhos,70002236529
Pesquisa aponta que ’13 Reasons Why’ ajudou nas conversas de assuntos delicados entre pais e filhos
Encomendada pela Netflix, a pesquisa ouviu 5 mil pessoas em diferentes regiões do mundo
Uma pesquisa encomendada pela Netflix mostrou que a série ’13 Reasons Why’ influenciou os hábitos de adolescentes, jovens adultos e pais no que diz respeito às conversas sobre assuntos delicados
A Netflix lançou nesta quarta-feira, 21, um estudo feito em conjunto com a universidade Northwestern, em Chicago, nos Estados Unidos, que mediu o impacto que a série 13 Reasons Why teve na promoção de conversas entre pais e filhos sobre questões delicadas como bullying, suicídio e saúde mental.
O estudo, realizado com 5 mil pais, adolescentes e jovens adultos entre 13 e 22 anos nos Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, Austrália e Nova Zelândia foi realizado para determinar como o público percebeu, se relacionou e foi influenciado pela popular série. Os resultados da pesquisa indicam que a série serviu como uma ferramenta educacional para os jovens, além de promover diálogo entre pais e filhos e inspirar compaixão entre os espectadores adolescentes.
Nos resultados gerais da pesquisa, foi descoberto que mais de dois terços dos espectadores adolescentes e jovens adultos se identificaram com a série, 58% dos espectadores adolescentes afirmaram que se sentiram mais confortáveis para conversar com seus pais sobre temas difíceis e 60% dos espectadores adolescentes disseram que se desculparam pela forma como haviam tratado alguém depois de assistir à série. Além disso, entre os espectadores do pós-show 13 Reasons Why: Beyond the Reasons, 75% dos pais e 72% dos adolescentes e jovens adultos gostariam de ter acesso a mais recursos informativos.
Entre os brasileiros ouvidos na pesquisa, os resultados são mais incisivos: 74% dos espectadores adolescentes e jovens adultos relataram que pessoas de sua faixa etária lidam com questões similares às apresentadas na série, e 76% disseram que assistir à série foi benéfico para pessoas de sua idade. Mais de três quartos dos espectadores adolescentes relataram que a série os alertou para a possibilidade de que alguém próximo possa estar sofrendo de depressão, mesmo que os sinais não sejam aparentes. A maioria dos espectadores adolescentes e jovens adultos disse ainda que a série os ajudou a compreender melhor questões como depressão, suicídio, bullying e violência sexual. Além disso, espectadores adolescentes relataram ter buscado informações sobre esses assuntos.
Cerca de 90% dos espectadores adolescentes e jovens adultos relataram que a série os ajudou a entender que suas ações podem ter impacto na vida dos outros; mais da metade dos espectadores adolescentes (60%) pediu desculpas a alguém a quem havia maltratado; e a mais de dois terços se sentiu motivada para ajudar alguém que estava deprimido, era vítima de bullying e violência sexual. Adolescentes mais jovens e adolescentes com níveis mais altos de ansiedade social relataram que se sentiram mais à vontade para discutir esses temas difíceis com seus pais, colegas e outros adultos de confiança após assistir a 13 Reasons Why.
Entre os pais que assistiram à série e conversaram sobre ela com seus filhos, 71% relataram que a série facilitou a abordagem de questões difíceis e fez com que assuntos delicados como depressão, suicídio e violência sexual fossem discutidos. A maioria (75%) dos pais acha que deveria haver informações complementares, como o parecer de profissionais de saúde mental ao final de episódios difíceis (74%), e manifestações do elenco fora de seus personagens fornecendo informações ao final de episódios específicos (65%).
“Ficamos surpresos com os resultados encontrados”, disse Alexis Lauricella, coautora do relatório da pesquisa e diretora associada do Centro de Mídia e Desenvolvimento Humano da Northwestern. “Adolescentes relataram que a série os fez pensar sobre o impacto de suas ações nos outros, e alguns até mesmo pediram desculpas a colegas pela forma como os tratavam. Dada a fase altamente egocêntrica pela qual estão passando os adolescentes, foi impressionante vê-los levando em consideração como os outros estão se sentindo”, continuou. “Embora muitos adolescentes e jovens adultos tenham tido uma atitude positiva em relação à série, é importante apontar que nem todos os indivíduos tiveram a mesma reação”, completou Lauricella.
“Essas descobertas indicam que programas que lidam com questões difíceis, como 13 Reasons Why, podem ajudar crianças e adolescentes a falarem sobre esses agentes estressores de sua vida”, falou Drew Cingel, colaborador de pesquisa no Centro de Mídia e Desenvolvimento Humano e professor assistente da Universidade da Califórnia em Davis. “Pode ser que apenas alguns poucos indivíduos discordem ou não se enquadrem no panorama geral devido a características individuais específicas, mas é importante considerar essas pessoas quando estamos falando de programas dessa natureza”, pontuou.
Para quem busca ajuda no Brasil, além de psicólogos e psiquiatras, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio online no site http://www.cvv.org.br, pelo telefone 141 ou 188 (dependendo do Estado), via Skype (acesso pelo site), ou e-mail (mensagem enviada também pelo site). Em todos os canais, o atendimento é feito por voluntários treinados e a conversa é anônima, com sigilo completo sobre tudo que for dito.
Os dados completos da pesquisa podem ser baixados na nossa área de membros.