Com 74% da população formada por índios, São Gabriel da Cachoeira (AM) tem a maior taxa de mortalidade.
Apesar de os indígenas representarem apenas 0,4% da população, a taxa de suicídios entre eles corresponde a 1% do total do País. O dado compõe o Mapa da Violência 2014, que trouxe informações alarmantes quanto ao número de índios que recorrem ao ato de tirar a própria vida.
Segundo o levantamento, o município com a maior taxa de mortalidade suicida do Brasil é São Gabriel da Cachoeira, noroeste do Amazonas, cuja população é de 74% de indígenas. Outros locais de assentamento, como São Paulo de Olivença (AM), Tabatinga (AM), Dourados (MS) e Amambai (MS), aparecem nas primeiras posições entre os cem municípios com as taxas mais elevadas.
O problema é mais preocupante no Mato Grosso do Sul. No estado, os indígenas são 2,9% da população, mas correspondem a 19,9% no total de mortes por suicídio. Além disso, jovens de 15 a 29 anos, representantes de 26% do total da população indígena, condizem com 60,9% do total de suicídios entre índios.
“Muitas lideranças diagnosticam que o problema fundamental é que as antigas reservas estão superlotadas e se tornaram um ambiente onde é impossível ter vida saudável em todos os sentidos – corporal, mental, espiritual. Desta forma, o que prescrevem como solução para o problema é retomar as terras de ocupação tradicional”, diz Spensy Pimentel, professor de Etnologia Indígena na Universidade Federal da Integração Latino-Americana.
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