Segundo as estatísticas, a maior semelhança entre as pessoas que mais cometem suicídio é ter nascido homem. Eles fazem parte do grupo de risco em qualquer idade e situação. Em Joinville, das 53 mortes registradas em 2016 por suicídio, 45 eram homens. Entre 2012 e 2016, a cidade teve 197 suicídios e, destes, apenas 42 eram mulheres. Neste período, dez meninos adolescentes tiraram a própria vida, enquanto uma morte de menina com idade de 15 a 19 anos foi contabilizada.
Quando observadas outras cidades da região Nordeste de Santa Catarina, entre 2012 e 2016, todos os suicídios registrados em Araquari, Balneário Barra do Sul, Itaiópolis, Massaranduba e Schroeder foram de homens. No Estado, no ano passado, foram contados 660 casos, dos quais 507 eram de pessoas do gênero masculino.
Em todo o mundo, as mortes por suicídio são pelo menos três vezes maiores entre os homens do que entre mulheres. Acredita-se que isso aconteça porque, tanto na cultura ocidental quanto na oriental, o gênero masculino está ligado a papéis e características que impedem a busca por ajuda e a possibilidade de expressão dos sentimentos de tristeza, angústia e medo.
As mulheres – que praticam tentativas de suicídio três vezes mais – costumam aceitar mais facilmente a possibilidade de um transtorno emocional, além de ter redes de amizade mais fortes e se engajarem em atividades familiares e sociais até o fim da vida, o que garante sentimento de participação na sociedade até a terceira idade, faixa etária que registra muitos suicídios de homens.
– As mulheres tentam mais [o suicídio], mas geralmente utilizam formas menos violentas, como medicamentos, que facilitam o salvamento. Já os homens o praticam com armas de fogo ou enforcamento – afirma o professor e psiquiatra Cláudio Simões Claudio.