PARÁ:
Sintomas de crianças vítimas de violência:
Os sintomas mais frequentes apresentados por crianças e jovens vítimas de agressão são irritabilidade, insônia, falta de apetite, baixo rendimento escolar, ideação suicida, rebeldia, oscilação de humor, enurese e encoprese (descontrole das funções fisiológicas), entre outros, todos extremamente nocivos e prejudiciais ao bom e sadio desenvolvimento da criança e do adolescente.
De cada dez crianças e adolescentes vítimas de violência – incluindo a sexual -, somente um é denunciado pela vítima. Esse número representa 10% dos casos que chegam ao poder judiciário. A estatística foi apresentada nesta sexta-feira (18), por integrantes do projeto Minha Escola, Meu Refúgio, da Vara de crimes contra crianças e adolescentes de Belém.
Cerca de 80 pessoas, entre professores, técnicos e pais participaram da iniciativa, que levou informação, orientação e prevenção à comunidade escolar do Santana do Aurá, composta por 148 crianças, da educação infantil ao 5º ano do ensino fundamental.
Para a dona de casa Lidiane Barbosa, 27 anos, mãe de dois filhos que estudam na unidade pedagógica, o projeto desperta o cuidado que os pais devem ter com as crianças. “Tenho uma filha de 8 e outra de 4 anos. Foi importante até para abrir os nossos olhos, porque hoje em dia o mal está em tudo que é canto”, disse.
“Temos a impressão de que elas não vivem a fase infantil (…) Há caso de crianças que engravidam aos 12 anos. Percebemos a necessidade de um esclarecimento.”
professora Arlete Brito, da coordenadora da Unidade pedagógica Santana do Aurá
Segundo Lidiane, o perigo vem do fato de até um parente poder cometer o ato. “Então, é para abrir o nossos olhos a respeito das crianças, conversar sempre com elas quando voltam da escola, já que passam bastante tempo nesse local, e perceber qualquer mudança nelas”, alertou.
Projeto
A iniciativa “Minha Escola Meu Refúgio” já percorreu 17 escolas. Atualmente, cerca de três mil processos tramitam na Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes. A metade dessas ações é relacionada à violência sexual. Dados do projeto e da Organização Mundial de Saúde apontam que 87% dos abusos sexuais contra crianças são praticados por membros familiares e uma em cada seis crianças sofre abuso.
Para a coordenadora da Unidade Pedagógica Santana do Aurá, professora Arlete Brito, o projeto proporcionou esclarecimentos aos pais e alunos sobre violência, sexualidade e gravidez precoces.
“Tudo aqui é muito precoce. Temos a impressão de que elas não vivem a fase infantil. Já saltam para a vida adulta. Há caso de crianças que engravidam aos 12 anos. Percebemos a necessidade de um esclarecimento, de abrir um leque e mostrar uma outra perspectiva de vida para eles”, analisou.