Dor é a coleção de sentimentos que temos quando perdemos alguém. A dor é interna.
Pense nela como um container onde estão armazenados as imagens e as sensações da sua experiência de perda.
Já o luto é a expressão da dor do lado de fora. É quando a sua dor vai a público.
Falar da pessoa que morreu, chorar, expressar seus sentimentos através da música ou da arte e celebrar uma data especial são alguns exemplos de luto.
É possível que algumas pessoas o incentivem a guardar a sua dor para você mesmo, mas manter todos os seus pensamentos e sentimentos dentro de você pode ser desastroso. A dor só poderá ser transformada se você desenvolver a coragem necessária para expressá-la e compartilhá-la.
Quando você não honra a sua perda reconhecendo-a, em primeiro lugar para si mesmo, e depois para os que estão à sua volta, a sua dor tende a se acumular. E a “vazar”, porque o luto negado vai dar um jeito de encontrar expressão – seja na forma de dores físicas, doenças, dificuldades de relacionamento.
Sentimentos precisam ter nome.
Até mesmo aquela sensação tão confusa e dolorosa da dor da perda tem palavra: angústia.
A angústia é justamente aquilo que não sabemos expressar muito bem e que por isso definimos como “ah, estou sentindo um aperto no peito” ou “estou com um peso, sabe?”.
A angústia se expressa no corpo e tende a se atenuar à medida que vamos conseguindo desmembrá-la em suas várias partes (raiva, medo, tristeza, saudade, etc), dando nome a cada uma delas. Para isso precisamos passar pelo processo de luto.
Por isso procure levar sua dor para passear (falamos mais sobre isso aqui: “Nesse verão, leve sua dor para passear”) e se estiver difícil encontrar companhia, envie este texto como um convite. Envie-o para as pessoas que você quer que te acompanhem nessa sua jornada de luto e que podem estar longe simplesmente por não saber como agir.
Vamos juntos?