📝 Dia 26 de julho, a UNESCO publicou um relatório que busca investigar e refletir sobre a forma que a tecnologia está sendo usada na educação. Hoje, vamos falar aqui sobre alguns dos pontos elaborados no texto.
🦠 Acesso: há tecnologias capazes de levar a educação a estudantes de difícil acesso. Podemos pensar isso no contexto da pandemia de COVID-19, mas não só. Por exemplo: você sabia que desde 1990, a instrução via rádio é usada com populações nômades na Nigéria? Entretanto, e agora falando novamente em pandemia, meio bilhão de estudantes em todo o mundo (o que equivale a 31% do total) não tiveram oportunidade de usar o ensino remoto durante o período. Esse cenário afetou especialmente os mais pobres (72%) e os residentes de zonas rurais (70%).
⏳ Um olhar científico: precisamos de tempo para analisar resultados do uso de tecnologias na educação – e fato é que essas tecnologias estão se desenvolvendo tão rapidamente que não é possível avaliá-las. Em média, produtos de tecnologia educacional mudam a cada 36 meses. Essa avaliação é essencial para que possamos tomar decisões fundamentadas sobre legislação, políticas e regulamentação. Sua ausência, portanto, facilita a reprodução de conteúdos que não necessariamente sejam diversos ou de qualidade.
📱Sobre saúde: um maior tempo de tela foi associado a impactos adversos na saúde física e mental.
📚 Juntando esses elementos, temos uma questão importante: quem se beneficia do discurso de que a tecnologia só tem benefícios a trazer para a educação? O relatório alerta para o fato de que empresas de tecnologia não podem definir as políticas educacionais. Elas têm de ser pensadas de acordo com cada contexto e partir de uma visão pedagógica.
📌 As tecnologias têm o poder de transmitir informações em escalas e velocidades nunca antes imaginadas, e de fazê-lo com baixo custo. Têm, também, o poder de armazenar informações de forma a aumentar exponencialmente o volume de conteúdo acessível. Mas tudo isso só vai se converter de fato em aprendizagem e bem-estar dos estudantes se o uso dessas tecnologias for pensado por e para a comunidade educativa. E isso, claro, demandará também o desenvolvimento de novas competências e habilidades (por parte dos gestores e educadores) e a criação de estruturas que garantam a implementação (de forma ágil, eficiente e transparente) dos recursos que forem destinados à tecnologia educacional.
📝 Texto por: @maristefani