O suicídio é um fenômeno devastador entre as mulheres indianas, que representam 36% das mulheres suicidas em todo mundo, segundo estudo científico publicado recentemente pela revista “The Lancet”.
Entre os fatores invocados para explicar esses índices anormalmente altos de suicídios, os pesquisadores citam “os casamentos precoces e de conveniência, uma maternidade jovem, um status social baixo e a violência doméstica”.
Segundo dados do governo, 133.000 indianos se suicidaram em 2016. O estudo divulgado no “Lancet” considera esse número subestimado e fala em pelo menos 237.000 suicídios.
Uma indiana deu à luz um bebê vivo, enquanto se suicidava, enforcando-se, em uma cidade do centro do país – anunciou a polícia local nesta sexta-feira (21).
O recém-nascido, um menino, foi descoberto na quinta-feira pelas forças de segurança, preso pelo cordão umbilical quase rente ao chão, na localidade de Katni (Madhya Pradesh, centro), enquanto o corpo da mãe jazia pendurado em um poste.
Alertada pelo marido, um agricultor, a polícia chegou ao local e não se deu conta, de imediato, que a mulher de 36 anos tinha acabado de parir.
Foi um dos agentes que viu o bebê, enfim, entre as pernas da mulher já morta.
“Estava vivo. Lavamos o bebê, nós o cobrimos com uma manta e esperamos que o socorro médico chegasse”, declarou à AFP Kavita Sahni, a policial que estava no local.
O bebê foi hospitalizado e se encontra em situação estável. A polícia investiga as razões que levaram a mulher ao suicídio.
“Ao se enforcar, muitos hormônios de estresse foram liberados, o que facilitou que desse à luz. Limitou-se a expulsar o bebê vivo. Deve ter nascido em alguns segundos, enquanto a mulher se enforcava”, explicou à AFP Anshu Jindal, uma ginecologista indiana.
“Não se pode dar à luz quando uma mulher está morta. É preciso que o sangue circule”, acrescentou.