A automutilação ou cutting não tem como objetivo chamar a atenção, mas funciona como uma válvula de escape para aliviar o sofrimento. Esses pacientes acabam usando esse “analgésico” para dor emocional. Quanto mais cedo o seu transtorno for tratado, maiores são as chances de a prática não se repetir.
A automutilação ou cutting é reconhecida como um transtorno mental desde 2013, no DSM V. Estudos demonstram que a cada 5 adolescentes, 1 de automutila. É estranho pensar, mas quem se corta não sente dor e sim prazer, pois o corte libera endorfina. Endorfina é uma substância natural produzida pelo cérebro que regula a emoção e a percepção da dor, ajudando a relaxar e gerando bem estar e prazer. A endorfina é considerada um analgésico natural, reduzindo o estresse e a ansiedade, aliviando as tensões e sendo até recomendado no tratamento de depressões leves.
O mais importante é reconhecer a automutilação ou cutting como um transtorno mental que precisa de atenção e cuidado, por meio de uma avaliação psiquiátrica. Geralmente esse transtorno começa na adolescência, mas existem pessoas que começaram adultos a se automutilar. O objetivo dessas pessoas não é o suicídio, mas existe um grande risco. Por causa da angústia ou sofrimento mental eles podem exagerar na profundidade dos cortes.
Em casa, o apoio da família é essencial! Os pais tem o direito de não saberem todas as respostas, contudo é essencial que eles ofereçam aos filhos conforto, compreensão e juntos procurem ajuda de um profissional capacitado no assunto. A automutilação, muitas vezes, está relacionada a outros problemas psicológicos, como depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e transtornos alimentares.
Adolescentes, de uma forma geral, andam em grupos, porém os que se cortam costumam serem mais reservados. Alguns encontram nas redes sociais grupos que é uma maneira de pertencer a algo, onde eles compartilham seus cortes e suas angústias. A família precisa entender que é um problema e que existe tratamento.
Transtornos mentais, como a automutilação ou cutting devem ser tratados não apenas com medicação (psiquiatra), mas também com terapia (acompanhamento psicológico).