Para seu trabalho de graduação, Crawford decidiu fazer uma série de fotografias que captariam suas experiências com a depressão e a ansiedade. A série — que se chama Meu coração ansioso — é composta por 12 autorretratos evocativos e legendas pessoais, que transmitem os efeitos incapacitantes da doença mental. Crawford levou cerca de três horas em cada foto, usando uma câmera remoto para tirá-las.
“Isso se tornou uma experiência catártica para mim, que levou à cura e autoconhecimento enormes”, Crawford disse ao Buzzfeed. “Quero que aqueles que sofrem, sintam que têm uma voz e uma mão para segurar. Não quero que ninguém se sinta sozinho nunca, já que ansiedade e a depressão podem fazer com que a pessoa se isole”.
Aqui estão algumas fotos e legendas de sua série excepcional…
(Para ver as imagens acesse o link)
Sobre se sentir como se estivesse sufocando:
“Eles continuam repetindo que eu devo respirar. Posso sentir meu peito se movendo para cima e para baixo. Para cima e para baixo. Para cima e para baixo. Mas por que sinto como se estivesse sufocando? Coloco a mão debaixo do meu nariz, certificando-me de que há ar. Ainda assim, não consigo respirar”.
Sobre estar preso dentro de sua própria cabeça:
“Uma prisioneira de minha própria mente. A instigadora dos meus próprios pensamentos. Quanto mais penso, pior fica. Quanto menos penso, pior fica. Respire. Simplesmente respire. Fique vagando. Melhorará em breve”.
Sobre sentir-se preso em sua vida:
“Tenho medo de viver e tenho medo de morrer. Que maneira complicada de existir”.
Sobre sentir-se impossibilitado de tomar uma atitude:
“É estranho — na boca do estômago. É como quando você está nadando e quer colocar os pés no chão, mas a água é mais profunda do que você imaginou. Você não consegue tocar no fundo e seu coração pára por um segundo”.
Sobre a oscilação desgastante entre a depressão e a ansiedade:
“A depressão é quando você não consegue sentir nada. A ansiedade é quando você sente demais. Ter ambas é uma guerra constante dentro de sua própria mente. Ter ambas, significa não ganhar nunca”.
Sobre se sentir preso:
“Você foi criado para mim e por mim. Você foi criado para o meu isolamento. Você foi criado pela defesa venenosa. Você é feito de medo e mentiras. Medo de promessas não correspondidas e de perder a confiança tão raramente dada. Você foi se formando ao longo da minha vida. Cada vez mais forte”.
Sobre se sentir oprimido por seu próprio cérebro:
“Um copo de água não é pesado. Você nem percebe o peso quando pega um. Mas e se você não pudesse esvaziá-lo ou soltá-lo? E se tivesse que suportar seu peso por dias… meses… anos? O peso não muda, mas o fardo sim. Em determinado momento, você não consegue lembrar como ele costumava parecer leve. Às vezes, custa todos os seus esforços para fingir que ele não está lá. E, às vezes, você simplesmente precisa deixá-lo cair”.
Sobre sentir ansiedade em relação à dormir:
“Eu tinha medo de dormir. Sentia o pânico mais bruto na escuridão total. Na verdade, a escuridão total não era assustadora. Era aquele pouquinho de luz que fazia uma sombra — uma sombra assustadora”.