Mães estão se abrindo sobre seus problemas de saúde mental numa tentativa de salvar a vida de novas mães e grávidas que correm o risco de suicídio.
As entidades de caridade Best Beginnings e Sands lançaram o filme acima, My Mental Healt Matters (minha saúde mental é importante, em tradução livre), com o apoio do Royal College of Psychiatrists, entidade que reúne os psiquiatras do Reino Unido.
O objetivo do vídeo é assegurar às novas e futuras mães que os problemas de saúde mental têm tratamento e elas podem procurar ajuda sem medo de recriminações.
“Muitas mulheres acham que pedir ajuda significa que elas não são capazes de cuidar de seus bebês. Isso simplesmente não é verdade”, disse Alison Baum, diretora da Best Beginnings.
“Existe uma pressão terrível para que as mulheres sejam o que se considera ‘mães perfeitas’, e essa pressão é exaustiva e leva ao isolamento. Estamos tentando mudar essa percepção.”
Uma das mães que falaram de sua experiência é Lettie Head, 22, da cidade de Maidstone.
“Achei que, depois de dar à luz, era realmente normal sentir-se pra baixo e logo depois sentir-se eufórica”, disse ela.
“Mas aí comecei a ficar deprimida – suicida – e sabia que não era normal. Era uma montanha-russa de sentimentos, insônia e ansiedade – muitas emoções juntas. Agora que recebi um diagnóstico e estou tomando remédios, estou mais calma.”
“Apoio a ‘Our Chance’ (nossa chance) porque quero que mais mães falem sobre saúde mental e obtenham ajuda mais rápido.”
Aconselhamento e terapia podem ajudar e, se você precisar tomar remédios, há opções seguras para mulheres grávidas ou que estejam amamentando.
O vídeo faz parte da campanha de saúde na gravidez “Our Chance”, uma iniciativa do Departamento de Saúde britânico.
As entidades de caridade citam um relatório do fim do ano passado que indica que o suicídio responde por 25% das mortes de mulheres que morreram nos primeiros 12 meses depois de dar à luz.
“Ao todo, mais de cem mulheres morreram por suicídio entre 2009 e 2013, e está evidente que muitas precisavam, mas não obtiveram, cuidados mentais perinatais”, afirma o relatório.
Trudi Seneviratne, diretora da área de psiquiatria do Royal College of Psychiatrists, afirmou:
“Tenho orgulho de trabalhar em parceria com a Best Beginnings e a Sands no lançamento desta campanha.”
“Incentivamos o envolvimento de todos, para que as mulheres e suas famílias recebam os cuidados necessários assim que possível, sem medo, estigma ou discriminação, para reduzir o sofrimento e o suicídio materno.”
Caso você — ou alguém que você conheça — precise de ajuda, ligue 141, para o CVV – Centro de Valorização da Vida, ou acesse o site. O atendimento é gratuito, sigiloso e não é preciso se identificar. O movimento Conte Comigo oferece informações para lidar com a depressão. No exterior, consulte o site da Associação Internacional para Prevenção do Suicídio para acessar uma base de dados com redes de apoio disponíveis. O HuffPost Brasil possui também uma série de reportagens sobre a prevenção do suicídio e a importância de se falar a respeito.